Além dos holofotes da operação cinematográfica que foi o fechamento
do Megaupload e a prisão de seus fundadores, a ação do FBI de ir para
cima de sites de armazenamento de arquivos pode prejudicar uma das
práticas mais interessantes da web: os blogs de música. E eliminar uma
quantidade imensa de conteúdo resgatado do ostracismo.
Sites como Megaupload, Mediafire e 4shared são chamados
“cyberlockers”, serviços de compartilhamento de arquivos de terceiros.
Por serem simples e gratuitos, permitindo a troca rápida de arquivos
grandes, são também as ferramentas mais usadas pelos blogueiros que
pesquisam e disponibilizam seus achados na web.
“Os melhores blogs de música não são piratas”, diz Jason Sigal,
diretor do Free Music Archive. Ele se refere à blogosfera que faz um
papel de resgate e preservação da música – função que vai bem além da
simples distribuição de links para download de discos pirateados. Eles
são responsáveis pelo resgate e pela digitalização de obras esgotadas ou
mesmo pela divulgação de algo não chegaria ao Brasil de outra forma.
E o País tem grandes blogs de pesquisa musical. Vou ficar em três exemplos: o BrNuggets, dedicado à música brasileira obscura dos anos 60 e 70, o You&Me On a Jamboree,
de resgate de música jamaicana, e o Som Barato, que vive em idas e
vindas.Todos os discos postados estão fora de catálogo. Isso é
pirataria ou difusão cultural?”, questiona Fábio Peraçoli, do BrNuggets.
Se você já ouviu falar do Paêbiru, disco obscuro de Lula Côrtes e Zé
Ramalho lançado no início dos anos 70, você provavelmente deve isso ao
BrNuggets. Ele que semeou a versão online do disco, postada em 2006, mas
que até hoje circula pela web. Ao pé da lei, é pirataria. A atual lei
de direitos autorais não prevê mecanismos especiais de licenciamento ou
de digitalização de obras esgotadas, caso do disco.
Os blogs musicais são uma parcela muito pequena dentro de grandes
corporações como o Megaupload. E são uma parcela delicada, que tem de se
equilibrar na ilegalidade e até driblar a perseguição, nos casos mais
extremos, para continuar divulgando sua paixão. Agora, todos terão um
novo trabalho: migrar os links para outra plataforma.
Depois do que aconteceu com o Megaupload outros serviços do tipo
começaram a mudar sua postura. O 4Shared, bem popular aqui no Brasil
(somos o país com o maior número de usuários: 16 milhões), mudou o
visual e quer ficar parecido com o Dropbox. O FileSonic decidiu eliminar
suas ferramentas de compartilhamento. E o MediaFire desabilitou o
acesso aos links através da busca do Google. O cerco está se fechando.
Não é o fim. Se os arquivos sumiram, a imensa comunidade que se cria
por meio dos blogs ajuda a repor o conteúdo perdido. Plataformas vão e
vêm, mas a comunidade permanece. É essa a natureza da internet. O risco
de perder um trabalho de resgate e digitalização com o caso do
Megaupload deixa claro: são necessárias regras, sim. Mas flexíveis.Podemos dizer o mesmo quanto à preservação digital dos quadrinhos!!!Obs..(comentário incluso por mim). Att. Chesco36
Fonte: Tatiana Mello Dias – blog P2P e Culturas Digitais – Estadão.com.br
Dica de Carlos Cerqueira
"Podemos dizer o mesmo quanto à preservação digital dos quadrinhos!!!Obs..(comentário incluso por mim)". Att. Chesco36
ResponderExcluirSIM, COM CERTEZA PODEMOS.
A NÃO SER QUE QUEIRAMOS FICAR NAS MÃOS DOS OPORTUNISTAS QUE VENDEM GIBIS NO MERCADO LIVRE.
MUITAS PRECISANDO DE RESTAURAÇÃO, MAS RESTAURAR PAPEL É BEM MAIS DIFICIL (OU IMPOSSIVEL).
ABS.
Curiosidade transcrita do blog da Tatiana:
ResponderExcluir‘Eu tenho um sonho’,
mas ele é da EMI
O discurso “Eu tenho um sonho” de Martin Luther King já foi definido como “uma das maiores demonstrações de liberdade da história dos EUA”. Só que ele não pode ser reproduzido, falado ou traduzido. Ele é protegido. E os direitos pertencem à EMI. Para ter acesso ao discurso é preciso pagar US$ 20 pelo DVD. A gravadora não revela quanto pagou pelos direitos de Luther King.
Que contraste hem amigo? Uma das maiores demosntrações de liberdade, mas tem que pagar para ter o acesso.Isso sim deveria ser considerado crime!!!
ResponderExcluirMas a culpa deve ser da familia, que prostituiu o homem morto (ele certamente é que não podia assinar o contracto).
ExcluirEntão a mulher vendo o marido morto ao retalho e a culpa é da corporação?
(se uma corporação não comprasse, comprava outra, ou um individual (o michael jackson comprou o portfolio dos beatles individualmente) o problema é que vende)
Olá amigo Adriano,
ResponderExcluirA grande verdade quanto ao fechamento do MegaUpload é que o Kim schimtz o fundador do site, bateu de frente com as gravadoras, principalmente a Time Warner com os projetos chamados "Megabox e Megakey" que iriam concorrer diretamente com as gravadoras beneficiando os artistas; que ficariam com 90% dos lucros de suas musicas ( e já tinha conseguido o apoio de muitos artistas famosos), por isso aconteceu o fechamento do site.
O que me chateia e ver as pessoas com esta "sindrome de fim do mundo" dizendo que todos os sites de armazenamento vão fechar, a coisa não é bem assim, parece que as pessoas curtem essa idéia de acabar com tudo; e com isso elas se fecham como um caracól, e nem querem enchergar as coisas!
Abraço e parabéns por repostar esse artigo que é muito exclarecedor.
Sabino
Pode ser que alguem ainda faça isso... realmente era uma boa ideia... infelimente poucas pessoas sabem da razão por trás dos raids.
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